terça-feira, 17 de março de 2009

PIOLHOS E ACTORES brevemente

Encontra-se em fase de pré-produção (organização, captação de apoios/patrocinadores e ensaios), a 2ª produção teatral deste primeiro ano de Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas.

Trata-se de PIOLHOS E ACTORES, um espectáculo com os seguintes co-produtores:

ACE/ Teatro do Bolhão
Teatro da Garagem


Com estreia prevista para São Miguel, em Maio de 2009, espera-se anunciar em breve a data precisa, bem como o co-produtor regional que assumirá a estreia deste espectáculo.
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PIOLHOS E ACTORES ficha técnica


Texto: José Sanchis Sinisterra

Tradução e Encenação: António Capelo

Interpretação: Miguel Mendes, Nelson Cabral

Cenário e Figurinos: António Capelo

Desenho de Luz: André Raposo

Making Off: Andreia Soares

Design: Joana Dias

Produção Executiva: Pedro Pacheco, Ruben Soares Luís, Nelson Cabral, Samira Pereira

Produção: Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas


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PIOLHOS E ACTORES contexto e motivação


Considera-se de grande pertinência, na execução do plano de actividades desta Associação Cultural para o ano de 2009, a produção e apresentação deste espectáculo nas ilhas dos Açores, região com grande tradição em manifestações de teatro popular.

A escolha da peça Piolhos e Actores, de co-produtores com grande relevância no panorama português das artes do espectáculo e de uma equipa artística altamente qualificada para concretizá-la, vem de encontro ao objectivo de, responsavelmente, despertar sinergias e públicos mais abrangentes em torno das Artes do Espectáculo nos Açores.

Salienta-se que, para além da estreia em São Miguel, agendamentos noutras ilhas dos Açores, e pela existência de co-produtores nacionais, é possível garantir a apresentação do espectáculo em salas de teatro de Lisboa, Porto, outras cidades, e circuito de festivais, constituindo uma oportunidade para divulgação de co-produtores e patrocinadores regionais, ao mesmo tempo que é nacionalmente difundida uma criação/produção ”made in azores”.

A peça trata de uma bela e grandiosa reflexão sobre o ofício do Actor de Teatro.
As personagens (dois actores, Rios e Solano) viajam, através das épocas até à actualidade, mantendo vivas as histórias e maneiras de as contar, servindo-se do pouco aparato que dispõem para reinventá-las.
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Pretende-se, com Piolhos e Actores, homenagear os artistas que percorrem os espaços e o tempo com diferentes peças e artifícios. Actores que, ontem e hoje, lutam contra a precariedade e fugacidade da sua condição, independentemente das crises conjunturais do mundo em que vivem.


PIOLHOS E ACTORES equipa artística




António Capelo

Actor e Encenador nascido em Castelo de Paiva, em 1956. É Professor e Director da ACE - Academia Contemporânea do Espectáculo, e ainda Director Artístico e encenador do Teatro do Bolhão, no Porto. Participa regularmente em séries, telenovelas e projectos cinematográficos, tendo sido dirigido por realizadores como Jorge Silva Melo, Teresa Villaverde, Paulo Rocha, Maria de Medeiros, António Pedro Vasconcelos, entre outros.







Nelson Cabral
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Actor, nascido em 1973, em Ponta Delgada, Açores. Concluiu em 1997 o Bacharelato em Teatro/ramo Actores na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, Porto. Tem trabalhado em Companhias como o Teatro da Garagem, Teatro da Cornucópia, Artistas Unidos, Cassefaz, Escola de Mulheres, Seiva Trupe, Chapitô, entre outras, assim como em inúmeros projectos independentes. Paralelamente, tem participado como actor, em séries e telenovelas. Faz locuções e dobragens áudio. Estende a sua actividade à Formação Teatral, desenvolvendo workshops de “Criatividade e Treino do Actor” em associações culturais, escolas e grupos de teatro. Nos Açores, tem dirigido vários espectáculos, com produção do Grupo de Teatro Muitieramá (Lajes do Pico), Associação ArtePalco e Ass. Cultural Despe-Te-Que-Suas (São Miguel), da qual é sócio fundador e seu director artístico.



Miguel Mendes

Actor, nascido em Lisboa, em 1966. Tem o curso de Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema e é em licenciado em Teatro - ramo Actores/Encenadores da mesma escola. Frequentou o Bacharelato em Artes Cénicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1991. Em Porto Alegre (Brasil), de 1987 a 1991 trabalhou com António Oliveira, Iriom Nolasco, Marcos Barreto e Miriam Freitas. Em Portugal participou em António, um Rapaz de Lisboa e O Fim, ou tende misericórdia de nós, ambos de Jorge Silva Melo. Criou e interpretou com Joana Bárcia Controle de terra para major tom; criou com o CITEC- Montemor-o-Velho, Shakespeare Global. Em televisão participou em Na Paz dos Anjos, Desencontros, Os Filhos do Vento e na série Sociedade Anónima. No cinema participou em O Mal, de Alberto Seixas Santos. É actor residente do Teatro da Garagem desde 1997.
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PIOLHOS E ACTORES co-produtores
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ACE/ TEATRO DO BOLHÃO (Porto)

ACE (Academia Contemporânea do Espectáculo) é uma escola profissional fundada em 1990, vocacionada para as Artes do Espectáculo, que oferece 3 cursos profissionais distintos: Artes do Espectáculo/ Interpretação; Artes do Espectáculo/Cenografia, Figurinos e Adereços e Artes do Espectáculo/Luz, Som e Efeitos Cénicos.
Foi criada em 2003 a estrutura de produção teatral ACE/Teatro do Bolhão, companhia com regular presença nos principais palcos portugueses.
+ info. em www.ace-tb.com


TEATRO DA GARAGEM (Lisboa)

Companhia fundada em 1989, dedica o seu trabalho artístico à pesquisa e experimentação, através da investigação de novas formas de escrita para teatro e de novas formas cénicas que a acompanham. A companhia trabalha com um autor/encenador residente, Carlos J. Pessoa, que é também o responsável pela Direcção Artística do Teatro da Garagem, um músico residente que compõe e interpreta a banda sonora dos espectáculos, um núcleo de actores fixos, uma equipa de produção, um dramaturgista, um responsável técnico, um cenógrafo e figurinista e uma designer gráfica.Para além das criações próprias, a partir de textos originais de Carlos J. Pessoa, e da releitura dos clássicos, a companhia desenvolve um trabalho pedagógico, através do Serviço Educativo, com as escolas e associações da zona onde se encontra situado o teatro.
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PIOLHOS E ACTORES o autor
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José Sanchis Sinisterra nasceu em Valência, em 1940. Este dramaturgo e encenador é um dos autores mais premiados e representados do teatro contemporâneo e um grande renovador da “cena” espanhola. É também conhecido pelo seu trabalho docente no campo teatral. Das suas inúmeras peças de teatro, as mais relevantes são Ay, Carmela! e Nãque, o de piojos e actores.
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PIOLHOS E ACTORES da encenação

O texto de Sanchis Sinisterra, como de resto a maioria dos seus textos dramáticos, é uma reflexão do universo do teatro feito a partir de dentro. Em Ñaque, (Piolhos e Actores) o autor constrói uma narrativa dramática que gira em torno de dois actores ambulantes perdidos no tempo que, inesperadamente, se reencontram no seu espaço de eleição – o teatro, mas fora do seu tempo particular – o siglo d’oro espanhol. É da estranheza desse efeito, muito à maneira de Brecht, que Sinisterra constrói os diálogos, muito à maneira de Beckett, dos dois protagonistas. Se por um lado o efeito da estranheza do tempo – o nosso século – permite uma relação directa com o público, por outro, a secura e solidão dos diálogos permite o contar de uma história repleta de ironias e memórias que elevam o jogo teatral a um nível didáctico muito enriquecedor para as plateias e de uma fluidez cénica extremamente lúcida e lúdica para gáudio de quem a ele assiste. Rios e Solano são duas faces de uma mesma moeda. Perdidos no tempo, o seu reencontro, no espaço que eles melhor conhecem – o cénico - é uma necessidade absoluta para quem, como eles, necessita do teatro para viver.

Piolhos e Actores, sendo uma frenética alusão ao mundo do teatro, não deixa de ser, ao mesmo tempo, uma imensa metáfora do mundo em geral. Do tempo deles – actores ambulantes do século XVII – ao nosso tempo – o século XXI, repleto de interrogações para o futuro.

O espectáculo é de uma enorme simplicidade cénica, permitindo a sua apresentação nos espaços mais variados e convive muito bem com todos eles, pois é a partir da geografia do próprio espaço que os actores improvisam as sua relações à boa maneira da commedia del’arte, permitindo a todos aqueles que nele participam, criadores e espectadores, uma comunhão conjunta de hora e meia de imensas afinidades e profundo prazer.

António Capelo