quinta-feira, 26 de março de 2009
27.03.09 - Dia Mundial do Teatro - mensagem internacional
terça-feira, 17 de março de 2009
PIOLHOS E ACTORES brevemente
Trata-se de PIOLHOS E ACTORES, um espectáculo com os seguintes co-produtores:
ACE/ Teatro do Bolhão
Teatro da Garagem
Com estreia prevista para São Miguel, em Maio de 2009, espera-se anunciar em breve a data precisa, bem como o co-produtor regional que assumirá a estreia deste espectáculo.
Texto: José Sanchis Sinisterra
Tradução e Encenação: António Capelo
Interpretação: Miguel Mendes, Nelson Cabral
Cenário e Figurinos: António Capelo
Desenho de Luz: André Raposo
Making Off: Andreia Soares
Design: Joana Dias
Produção Executiva: Pedro Pacheco, Ruben Soares Luís, Nelson Cabral, Samira Pereira
Produção: Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas
A escolha da peça Piolhos e Actores, de co-produtores com grande relevância no panorama português das artes do espectáculo e de uma equipa artística altamente qualificada para concretizá-la, vem de encontro ao objectivo de, responsavelmente, despertar sinergias e públicos mais abrangentes em torno das Artes do Espectáculo nos Açores.
Salienta-se que, para além da estreia em São Miguel, agendamentos noutras ilhas dos Açores, e pela existência de co-produtores nacionais, é possível garantir a apresentação do espectáculo em salas de teatro de Lisboa, Porto, outras cidades, e circuito de festivais, constituindo uma oportunidade para divulgação de co-produtores e patrocinadores regionais, ao mesmo tempo que é nacionalmente difundida uma criação/produção ”made in azores”.
A peça trata de uma bela e grandiosa reflexão sobre o ofício do Actor de Teatro.
As personagens (dois actores, Rios e Solano) viajam, através das épocas até à actualidade, mantendo vivas as histórias e maneiras de as contar, servindo-se do pouco aparato que dispõem para reinventá-las.

Actor e Encenador nascido em Castelo de Paiva, em 1956. É Professor e Director da ACE - Academia Contemporânea do Espectáculo, e ainda Director Artístico e encenador do Teatro do Bolhão, no Porto. Participa regularmente em séries, telenovelas e projectos cinematográficos, tendo sido dirigido por realizadores como Jorge Silva Melo, Teresa Villaverde, Paulo Rocha, Maria de Medeiros, António Pedro Vasconcelos, entre outros.


Actor, nascido em Lisboa, em 1966. Tem o curso de Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema e é em licenciado em Teatro - ramo Actores/Encenadores da mesma escola. Frequentou o Bacharelato em Artes Cénicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1991. Em Porto Alegre (Brasil), de 1987 a 1991 trabalhou com António Oliveira, Iriom Nolasco, Marcos Barreto e Miriam Freitas. Em Portugal participou em António, um Rapaz de Lisboa e O Fim, ou tende misericórdia de nós, ambos de Jorge Silva Melo. Criou e interpretou com Joana Bárcia Controle de terra para major tom; criou com o CITEC- Montemor-o-Velho, Shakespeare Global. Em televisão participou em Na Paz dos Anjos, Desencontros, Os Filhos do Vento e na série Sociedade Anónima. No cinema participou em O Mal, de Alberto Seixas Santos. É actor residente do Teatro da Garagem desde 1997.
ACE (Academia Contemporânea do Espectáculo) é uma escola profissional fundada em 1990, vocacionada para as Artes do Espectáculo, que oferece 3 cursos profissionais distintos: Artes do Espectáculo/ Interpretação; Artes do Espectáculo/Cenografia, Figurinos e Adereços e Artes do Espectáculo/Luz, Som e Efeitos Cénicos.
Foi criada em 2003 a estrutura de produção teatral ACE/Teatro do Bolhão, companhia com regular presença nos principais palcos portugueses.
TEATRO DA GARAGEM (Lisboa)
Companhia fundada em 1989, dedica o seu trabalho artístico à pesquisa e experimentação, através da investigação de novas formas de escrita para teatro e de novas formas cénicas que a acompanham. A companhia trabalha com um autor/encenador residente, Carlos J. Pessoa, que é também o responsável pela Direcção Artística do Teatro da Garagem, um músico residente que compõe e interpreta a banda sonora dos espectáculos, um núcleo de actores fixos, uma equipa de produção, um dramaturgista, um responsável técnico, um cenógrafo e figurinista e uma designer gráfica.Para além das criações próprias, a partir de textos originais de Carlos J. Pessoa, e da releitura dos clássicos, a companhia desenvolve um trabalho pedagógico, através do Serviço Educativo, com as escolas e associações da zona onde se encontra situado o teatro.
O texto de Sanchis Sinisterra, como de resto a maioria dos seus textos dramáticos, é uma reflexão do universo do teatro feito a partir de dentro. Em Ñaque, (Piolhos e Actores) o autor constrói uma narrativa dramática que gira em torno de dois actores ambulantes perdidos no tempo que, inesperadamente, se reencontram no seu espaço de eleição – o teatro, mas fora do seu tempo particular – o siglo d’oro espanhol. É da estranheza desse efeito, muito à maneira de Brecht, que Sinisterra constrói os diálogos, muito à maneira de Beckett, dos dois protagonistas. Se por um lado o efeito da estranheza do tempo – o nosso século – permite uma relação directa com o público, por outro, a secura e solidão dos diálogos permite o contar de uma história repleta de ironias e memórias que elevam o jogo teatral a um nível didáctico muito enriquecedor para as plateias e de uma fluidez cénica extremamente lúcida e lúdica para gáudio de quem a ele assiste. Rios e Solano são duas faces de uma mesma moeda. Perdidos no tempo, o seu reencontro, no espaço que eles melhor conhecem – o cénico - é uma necessidade absoluta para quem, como eles, necessita do teatro para viver.
Piolhos e Actores, sendo uma frenética alusão ao mundo do teatro, não deixa de ser, ao mesmo tempo, uma imensa metáfora do mundo em geral. Do tempo deles – actores ambulantes do século XVII – ao nosso tempo – o século XXI, repleto de interrogações para o futuro.
O espectáculo é de uma enorme simplicidade cénica, permitindo a sua apresentação nos espaços mais variados e convive muito bem com todos eles, pois é a partir da geografia do próprio espaço que os actores improvisam as sua relações à boa maneira da commedia del’arte, permitindo a todos aqueles que nele participam, criadores e espectadores, uma comunhão conjunta de hora e meia de imensas afinidades e profundo prazer.
António Capelo